domingo, 13 de setembro de 2009

Amar...

Se você não conhece o amor eu posso apresentar somente o que andou no meu coração.
Amar de verdade é pegar o ônibus errado, pois o certo te levava à casa de alguém que não pensa mais em você ou pensa, mas não faz tanta diferença se isso não é escrito no bilhete preso na geladeira pela manhã.

É andar pela rua errada, pois a certa esta distante demais pra se lembrar do cheiro que as calçadas têm no dia de inverno mais frio do louco amor que antes foi ali vivido.

Amar é trazer preso na lembrança um sorriso frouxo daquela pessoa dado num momento de maior descontração de suas vidas juntas, aquele momento em que não se medem os traços musculares feitos poses em capas de revistas, é aquele sorriso frouxo e exagerado com som circense de uma noite inebriante.

Amar talvez ainda seja pensar na roupa suja que ficou jogada atrás da porta do banheiro após o amor no chuveiro, depois de um dia de trabalho, faculdade, ônibus cheio, trem, metrô...
Talvez seja acordar na cama de solteiro, olhar o espaço vazio na cama, no coração, na vida, na religião que ficou como tema da sua presença iluminada; saber que estes vazios não são remediados pela presença iluminada, encantadora, amável de nenhuma outra pessoa, senão a sua, que serviu de tema ao ódio que o amor preferiu sentir.

Amar é desejar correr pra longe daquilo que se sente na despedida eterna que um dos corações fica sentindo; é fazer de cada reencontro uma nova despedida fracassada porque o amor não deixa em paz aquele coração solitário que fez todos os planos de sua vida com o outro que incrivelmente vive bem sem você.

Amar é sentir que debaixo da cama, dentro do roupeiro, atrás do portão, estará uma nova surpresa que nunca se renova, senão dentro daquele coração esperançoso. É olhar cada dia para estes mesmos lugares achando que ali vive um herói, uma heroína, capaz de ser o clone ainda que superficial do ser deusificado que partiu sem saber o caminho de volta, mas que assombra vez por outra com seu espírito.

Depois de tantas lições não sei saber o amor verdadeiro dentro do peito cansado da luta constante e imediata. Arrepender-se de nunca ter tentado, arrepender-se de tentar mais uma vez. Chegar o dia em que tua presença e o amor que sentia foram só uma lembrança boa ou uma amarga decepção. Este dia glorioso no qual o meu coração não vai mais saber o que é amor, só para amar de novo um novo alguém.

5 comentários:

  1. O post inicial falando de uma atitude indispensável à vida dos seres humanos: amar.

    Ah, um primor de texto!

    Te amo!
    Beijo.
    Bem vindo.

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  2. vc sempre me prestigiando, sempre aplaudindo da platéia minha arrogância... T amo tb!

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  3. Hahahahahahahahhahahaaha!

    Aplaudo, e aplaudirei sempre... pr'além de tudo o que conheço em ti, e sei que é bom, tua arrogância é invejável! rs

    Beijo imenso, querido, amado meu!

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  4. gAROtO aDOrO PoEsIa tBn!
    Eu TEnhU um bLOg DESSE O eNdEReÇo É:
    RAFANANDO2009.BLOGSPOT.COM
    AH ENTRA VALEW!

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  5. Caraca André, como sempre me fazendo chorar né? Mais um texto lindo e q me tocou mais profundamente ainda, estou sem palavras, só posso dizer pra ti q vou realmente tentar me reerguer, mais será dificil meu amigo!
    Bj grande no seu coração puro e Te Adoro.

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