terça-feira, 31 de maio de 2011

Vacância

Procura-se.
Procura-se o bandido, porque as prisões estão cheias de miseráveis, alguns pegos pela má sorte, outros pela mão do Estado (punir os miseráveis dá uma boa sensação de justiça na sociedade taciturna)
Procura-se o emprego, porque de trabalho minhas mãos já estão calosas.
Procura-se espaço para dizer verdades latentes, mas que no fim todos já sabem, só ignoram porque é mais fácil viver assim.
Procura-se fé, pois andei pelas ruas, de dia e em algumas noites, e só vi algumas poucas realizações de coragem em ajudar.
Procura-se sexo, pois o que se vê nas ruas e casas é somente instinto. E que saibam os humanos do futuro que só não encontrou sexo em 2011 quem de fato não procurou.
Procura-se amor, e além disso, uma ajuda para lavar a roupa, passar tudo e o auxílio na comida.
Procura-se paz... porque a paz é assim necessária e comentada em todo concurso de beleza.
Procuram-se homens de verdade, porque machos a natureza tem de sobra...
Procuram-se mulheres, para servirem de acompanhantes dos seus filhos e maridos aonde quer que forem e saibam lutar por eles, pois é esta sua verdadeira família.
Procura-se uma verdade no meio de todas as verdades que são defendidas em cada instituição diferente que criamos, e que se pegue um pouco do melhor que há em cada uma delas e crie-se uma nova instituição com novo prazo de validade a vencer um pouco mais distante do que estas vivas de hoje.
Procura-se você que até hoje não descobriu o caminho de volto, e que perdeu-se não sabendo voltar, porque a esperança de seu esquecimento faz melhor os dias.
Procura-se por mim que há muito tempo esqueceu-se quem sou, porque de mim foi tirado um pouco de cada coisa que acima mencionei...
E perdeu-se o bandido, o emprego, o espaço, o sexo e amor contigo, a paz, o homem e a mulher que eu sabia ser; algumas verdade foram também embora e hoje as dúvidas servem de adorno para esse ser que vive ainda sobre mim...
Procura-se você.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sintôma de Saudade

Nada...
Eu cansei...
Cansei de ser esse imenso vazio ambulante, preenchido com um nada que finge uma felicidade destemperada...
E a essas lembranças que vêm à noite...
e a esses lençóis jogados em cima da cama...
e ao piso molhado do chão do banheiro...
e a todo esse silêncio...
Aparentemente nada cabe ou caberá só porque agora nada mais é como antes.
O que fazer com esse mar de lembranças boas que molham os meus sonhos?
Nada!