quinta-feira, 1 de julho de 2010

Visitante

E lá vem ela, nessa multidão de sonhos que se aglomerou no meu caminho;
mas quando essa indesejada chegar, tentarei fingir que não a vejo. Vou mudar de calçada. Entrar no ônibus errado, sentar na janela transparente e ver de longe, já salvo, ela passar... mas ela vem acompanhada com o imã da ilusão... o problema nunca é ela, é ele. Assim, eu a cumprimento apertando-lhe a mão, enquanto mantenho os meus olhos esquivos nele. Ela, a tristeza, deve ir embora...
Este meu olhar taciturno que me trai a cada momento nesses reencontros vivos.
Ele com as cores da alegria sempre a agredir minhas fantasias que visto nos fins de semana para enganar essa solidão que se apossou desde quando começou a noite. E eu me pergunto como pode ser ele o Sol que iluminava então a vida.
Porém, o inimaginável momento da vida acontece. E como num ciclo constante e perene, ela vai embora, porque nada é durável e por tanto tempo. Logo avisto a alegria que é só minha. Ela partiu, deixou uma névoa da presença dele que abano com as mãos da liberdade. Fica o cheiro, a sensação, a esperança e dor.